O cobogó perfeito: A saga da arquiteta para escolher, instalar e não enlouquecer

Mais que um guia sobre cobogós. Uma história real sobre os desafios de especificar, a busca por informações técnicas e as dicas que você não encontra em manuais. Por uma arquiteta.

DESIGN QUE TRANSFORMA

10/14/20253 min read

Quero te contar sobre a saga recente que enfrentei ao especificar esse produto para um projeto. Uma história sobre os desafios, as pequenas vitórias e os segredos que os manuais técnicos não contam. Esta é uma conversa de profissional para os amantes deste produto, e de arquiteta para você, que sonha em ter essas joias em casa.

Se você é um apaixonado por design brasileiro, a palavra "cobogó" ou elementos vazados, certamente faz seu coração bater mais forte. Sim, vamos falar sobre eles. Mas, se você espera mais um artigo repetindo a história de Coimbra, Boeckmann e Góis, pode parar por aqui. A história é linda e fundamental, mas hoje quero te convidar para uma jornada diferente.

Técnicas que salvaram nosso projeto

Depois de horas de pesquisa para não errar em um projeto recente, centralizei aqui o que você precisa saber:

1. A argamassa correta (O fim do mistério):

A solução é mais simples do que parece. Use a argamassa específica para blocos de vidro, facilmente encontrada em home centers como a Leroy Merlin. Ela já é formulada para assentar e rejuntar, otimizando o trabalho e garantindo um acabamento limpo.

2. A Estrutura Secreta (A Barra de Ferro):

Este é o pulo do gato para a segurança. É essencial usar barras de ferro finas (vergalhões) na horizontal, entre as fiadas de cobogós. Elas funcionam como uma espinha dorsal, travando a estrutura, garantindo a firmeza e prevenindo trincas no futuro. Não economize nesta etapa.

3. O espaçamento "imperfeito" (A alma do negócio):

A junta ideal é de aproximadamente 15 mm (1,5 cm). E não se preocupe se as peças tiverem uma leve variação de tamanho. Essa "imperfeição" é uma homenagem à raiz artesanal do produto e cria um ritmo visual único. Mas se tiver problemas com isso, melhor nem tentar.

O desafio das cores e a psicologia por trás da escolha

Recentemente, recebi uma caixa com amostras de cobogós esmaltados. Minha reação foi a da foto: um choque de encanto com tantas cores vibrantes! A vontade inicial era usar todas como objetos de decoração no escritório.

Mas como escolher a cor certa para o cliente? Aqui entra a psicologia. Eu observo tudo: o modo de vida, a decoração atual, até a cor do carro. São pistas para entender o universo da pessoa.

No projeto da foto, por exemplo, a escolha foi pelo branco. O motivo? O plano era ousar nas paredes ao redor com cores fortes e cativantes, uma tendência forte. O cobogó branco serviu como uma base neutra e elegante, uma tela vazada que valoriza as cores do ambiente.

O resultado foi uma divisória que não pesa no ambiente, que dialoga com as cores das paredes e que cumpre sua função com leveza e personalidade. Ao comprar as peças, lembre-se de inspecionar uma a uma, verificando se não há trincas ou beiradas danificadas.

A melhor ferramenta é o respeito

A saga do cobogó me reforçou uma convicção. Podemos ter acesso a todos os produtos e técnicas, mas a ferramenta mais importante de um arquiteto é a escuta. A pergunta que deve guiar cada escolha não é "o que está na moda?", mas sim: "Como meu cliente vai viver e sentir isso?". Quando a resposta a essa pergunta guia o projeto, o resultado é sempre um lar.

Gostou das dicas e quer saber qual foi o fornecedor de confiança que usei neste projeto? Me mande uma mensagem e eu te conto!